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Channel: Curiosidades – Pitaco do Blogueiro
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Jornalista fala sobre médico legista que fez autópsia no corpo de Ayrton Senna

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O jornalista Flávio Gomes, que cobriu a morte de Ayrton Senna em Bolonha, na Itália, fala sobre o médico italiano Pierludovico Ricci, o legista que fez a autópsia no corpo de Ayrton Senna.

Os dois legistas que fizeram a autópsia em Ayrton Senna em Bolonha, têm personalidades diversas.
Um deles, Michele Romanelli, era extrovertido, adorava o Brasil e costumava passar as férias no Rio.

O outro, Pierludovico Ricci, era um dos mais importantes legistas do país e também um dos professores mais respeitados de medicina legal do norte da Itália.
Romanelli era encarregado da formalização dos laudos e relatórios. Ricci dirigia a Escola de Especialidade de Medicina Legal da Universidade de Bolonha e ainda dava aulas. Depois das duas autópsias realizadas no IML –nos corpos de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna–, foi ao encontro de seus alunos.

Ricci não usa luvas quando trabalhava, os estudantes costumavam dizer que ele “não acreditava em vírus”. Quando chegou na classe, no próprio prédio do Instituto Médico Legal, estava com as mangas de seu avental ainda sujas de sangue.

O tema da aula foi “ética na medicina”. Ele estava indignado com a diferença de comportamento das pessoas com quem conversou naquele dia –todas falando de Senna, nenhuma de Ratzenberger.
“Uma vida é uma vida”, proclamou o professor. Para ele, o que se viu em Bolonha foi uma demonstração do que há “uma morte série A e uma morte série B”. E pediu aos estudantes que jamais em suas carreiras fizessem qualquer diferenciação entre pacientes ricos e famosos de outros pobres e desconhecidos.

Sobre a morte de Roland Ratzenberger

As investigações do acidente geraram grande controvérsia especialmente porque, no dia anterior (sexta), Rubens Barrichello sofreu um acidente grave e no domingo, outro piloto morreria na mesma pista: Ayrton Senna. A discussão se concentra na determinação da hora e local da morte de Ratzenberger. Os organizadores da corrida e da FIA alegam que ele foi levado ainda com vida a Bolonha enquanto os investigadores alegam que ele teve morte instantânea ou, no mínimo, ainda dentro no circuito de Ímola. Segundo as leis italianas, se um esportista morrer durante um evento esportivo, o evento deve ser cancelado e todo o complexo desportivo colocado à disposição dos peritos até o fim da investigação que pode durar meses ou anos. Se isso tivesse acontecido, a morte de Senna teria sido evitada.


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